Ao longo dos anos fomos tomando consciência dos benefícios da prática de exercício para melhorar a saúde física e mental. A ação do magnésio na função muscular tem sido muito estudada, mas será que conhecemos bem o papel que desempenha quando praticamos atividade física?
O magnésio participa em numerosos processos que afetam a função muscular, incluindo o consumo de oxigénio, a produção de energia e o equilíbrio de eletrólitos. Está envolvido num grande número de reações, desde a degradação do glicogénio, passando pela oxidação da gordura e síntese proteica. Participa, ainda, como regulador fisiológico, nos sistemas neuromuscular, cardiovascular, imunitário e hormonal.
O seu papel no metabolismo energético tem sido muito investigado e, em praticantes de exercício físico intenso, verifica-se uma redistribuição do magnésio corporal para locais onde ocorre maior atividade muscular, que está associada ao aumento da sua perda através do suor, fezes e urina. Em regra, as perdas são superiores em pessoas ativas e atletas o que aumenta as suas necessidades de magnésio, comparativamente a indivíduos sedentários. Este aumento é dependente da intensidade e regularidade da atividade física.
A deficiência em magnésio pode prejudicar o fornecimento de oxigénio, e assim reduzir a capacidade de realizar e concluir exercícios, limitando a performance. A perda de magnésio também poderá comprometer a recuperação pós-treino e a saúde muscular a longo prazo. Portanto, o desempenho do exercício depende muito da regulação e manutenção da homeostase do magnésio.
As recomendações diárias (RDA) de ingestão de magnésio para a população adulta, em geral, são de 400-420mg para homens e 310-320mg para mulheres. Contudo, ainda não existem recomendações específicas para atletas, mas evidências científicas sugerem que a ingestão diária deficitária de magnésio conduz a estados de carência. Este défice pode levar a uma diminuição do rendimento desportivo por utilização menos eficiente do oxigénio e consequente disfunção dos sistemas neuro motores mais envolvidos, criando uma possível condição de fadiga precoce.
Assim, é fundamental garantir uma ingestão adequada de magnésio nos momentos de pré e pós-treino, seja através da dieta e/ou de suplementação. Uma alimentação variada e rica em alimentos bons fornecedores de magnésio, como cereais integrais, frutos gordos, sementes, leguminosas, hortícolas de folha verde, asseguram o aporte em magnésio.
Teresa Rogado Guerreiro
Nutricionista, 1355N
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