Sabemos, nos dias de hoje, que o magnésio é um mineral essencial para o funcionamento do organismo. Uma alimentação equilibrada contribui para o seu correto aporte nutricional. O que desconhecemos é a riqueza da história desde a sua descoberta! A utilização do magnésio remonta ao século XVII e a sua ação fisiológica na saúde continua a ser uma área de interesse crescente.
Descoberta do Magnésio: Uma Jornada Histórica
Os primeiros relatos históricos sobre o magnésio remontam ao século XVII, precisamente em 1695, quando N. Grew identificou o sulfato de magnésio como um dos constituintes naturais da água da nascente de Epsom, em Inglaterra. Naquela época, a água de Epsom era considerada um “remédio” purificador do sangue e consumida apenas por alguns, em especial “pessoas de qualidade elevada” como Maria de Médicis. Os sais de Epsom sobreviveram até à atualidade, incorporados em produtos para a pele!
Porém, o acontecimento histórico que abriu caminho para a compreensão mais profunda do papel do magnésio, bem como das suas propriedades físicas e químicas, aconteceu no século XIX pela mão de H. Davy, ao isolar este elemento pela primeira vez. Foi depois, no início do século XX, que descrevendo a estrutura da molécula de clorofila, R. Willstatter identificou na mesma a existência de um átomo de magnésio em posição central. Esta descoberta teve uma relevância tão grande que foi reconhecida através da atribuição de um Prémio Nobel em 1915.
Posteriormente, é ao longo do século XX que se testemunha o maior período de pesquisa sobre o magnésio. Desde a investigação de J. Leroy provando a essencialidade do ião Mg (1926) até aos vários estudos reveladores das propriedades fisiológicas do magnésio e os múltiplos efeitos da sua carência no desenvolvimento, reprodução, aparelho neuromuscular e no equilíbrio humoral (1930-1960). Esta “época de ouro” forneceu a base para observações clínicas importantes nas décadas seguintes. A partir de 1960, estudos epidemiológicos como os de M. Seelig e J. Durlach, salientaram o facto do aporte dietético do magnésio, em muitas regiões, não satisfazer as necessidades diárias do organismo. A partir desta evidência outros trabalhos confirmaram, posteriormente, que a ingestão de magnésio nos países desenvolvidos é, frequentemente, insuficiente.
Em simultâneo, a investigação científica confirmou que o magnésio desempenha funções cruciais na saúde humana. Estudos contemporâneos destacam o seu papel no metabolismo energético, na saúde óssea e cardiovascular e atribuem-lhe propriedades relaxantes que contribuem para o alívio do stress.
Magnésio no Século XXI: “Um Convite à Saúde e à Vitalidade”
Atualmente, a investigação sobre o complexo papel deste oligoelemento “apela” a todos os domínios da medicina e da nutrição, uma vez que o magnésio está envolvido no funcionamento da maioria dos processos biológicos do organismo e, a sua principal manifestação de défice, está intimamente ligada à deficiência do aporte a longo prazo. Deste modo, assegurar um aporte correto em magnésio, seja através de uma alimentação diversificada e equilibrada ou por suplementação da dieta, é essencial e constitui um investimento na nossa saúde, vitalidade e longevidade.
Teresa Rogado Guerreiro
Nutricionista, 1355N
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